A Frente Popular de Afogados da Ingazeira vive o momento mais crucial e delicado de sua história política das últimas duas décadas. O grupo vive a expectativa dos prováveis desdobramentos da audiência instrutória do Caso Jandyson Henrique, marcada para esta terça-feira (18), a partir das 14h, no Fórum local.
A audiência instrutória coloca o bloco governista em tensão máxima. O indiciamento do ex-secretário por crime eleitoral, caixa 2 e compra de votos não é um episódio isolado, mas um ponto crítico que pode atingir diretamente o prefeito Sandrinho Palmeira e o vice Daniel Valadares.
O caso é considerado grave nos bastidores e, se confirmado pela Justiça Eleitoral, pode resultar na cassação da chapa, abrindo caminho para a primeira eleição suplementar da história de Afogados, um baque político para um grupo acostumado a vencer, a se manter unido e a ditar o ritmo da política local, como disse abertamente um dos cabeças, Ney Quidute, em entrevista na Pajeú: “Vamos vencer de novo”.
Se houver a temida cassação, o desafio da Frente Popular será duplo. Além de tentar construir em pouco tempo uma candidatura competitiva, o grupo ainda enfrentará o desgaste de carregar o carimbo de corrupção eleitoral, algo que pesa diante de um eleitorado atento. A imagem abalada e o prazo curto jogariam contra um projeto político que, pela primeira vez em muitos anos, se vê realmente ameaçado.
Considerando tal cenário de cassação, a pergunta que todo mundo faz há alguns meses é quem será o candidato apresentado para encarar a oposição na eleição suplementar? Nos bastidores já marcam território nomes como Vicentinho, atual presidente da Câmara, e Arthur Amorim, secretário de Saúde. A viúva de José Patriota, Madalena Leite, também é citada, mas tem se mantido discreta e reclusa desde a morte do marido há cerca de um ano.

Será?
Diante do risco iminente de cassação de Sandrinho e Daniel, um nome curioso foi citado ao blog como a melhor opção para encarar Danilo numa eleição suplementar: Totonho Valadares. A dúvida é se Totonho teria condições de saúde para encarar novamente uma eleição acirrada. Na justificativa, seria um mandato curto, somente para impedir a ascensão da oposição e garantir a sobrevivência da Frente Popular.
Negou
Em entrevista ao Rádio Vivo da Pajeú, o ex-prefeito de Carnaíba, Anchieta Patriota, desconversou ao negar que tenha se reunido com o prefeito Sandrinho Palmeira, de Afogados, e com a prefeita Márcia Conrado, de Serra Talhada, para barrar o avanço da candidatura de Marconi Santana. O encontro misterioso aconteceu em Flores, na casa de Luiz Heleno. Disse que a turma toda se encontrou para traçar estratégias para o PSB na região. O detalhe é que tinha gente de tudo que é partido lá. Fosse um encontro meramente pra discutir o PSB, teria acontecido na casa do próprio Anchieta, em Carnaíba.
Negou 2
Anchieta também negou que exista qualquer “ciumeira” pelo fato de Adelmo Moura ter sido escolhido para coordenar a campanha de João Campos na região do Pajeú. A especulação ganhou força depois que nomes ligados ao próprio Anchieta passaram a divulgar críticas a Adelmo e a defender que o ex-prefeito de Carnaíba seria o nome mais adequado para tocar a campanha de João.
Da crítica…
Em Custódia, o vereador Cristiano Dantas acusa a gestão do prefeito Manoel Messias de gastar quase meio milhão em bancas de feira para o mercado público. Segundo ele, são as bancas de feira “mais caras do mundo”. Quase dez mil cada uma. Ele critica que em contrapartida, os agentes de saúde do município estariam há cinco anos sem EPIs.
Aos elogios
Também em Custódia, dois exemplos merecidos de destaque. Primeiro, a presença de uma tradutora e interprete de libras durante as sessões na Câmara de Vereadores. Segundo, a iniciativa do prefeito Messias de reformar um prédio espaçoso e implantar um centro de atendimento animal na cidade. Dois exemplos que deveriam ser seguidos na região.
Boa iniciativa
Depois de muitas polêmicas, o vereador Mário Martins apareceu com uma boa proposta para Afogados. Ele quer criar um memorial do cangaço na cidade. A ideia é muito boa, porque independente de quem ama ou odeia o cangaço, o tema é um fato histórico importante e pode trazer bons frutos para a região. Temos figuras históricas lendárias praticamente esquecidas aqui, como o cangaceiro Antônio Silvino, natural da Colônia, comunidade que fica na divisa entre Afogados e Carnaíba. Se o cangaço sustenta o turismo de regiões distantes do seu berço natural, porque o Pajeú não aproveita economicamente? O memorial é uma excelente ideia.
Torre de Babel
Os aliados de Raquel Lyra precisam melhorar a relação interna e unificar o discurso para fortalecer a figura da governadora no Pajeú, região onde só terão bom desempenho eleitoral se falarem a mesma língua. Apesar de ser natural que cada liderança busque seu espaço, a divisão atual enfraquece o grupo, como ficou evidente na disputa de protagonismo pela vinda da Carreta da Mulher para Afogados da Ingazeira, quando cada um tentou assumir o volante político da ação. O importante é que essas lideranças unam forças em benefício da população. Nessa história, ponto para a oposição de Afogados e para o deputado Luciano Duque.

Casa de ferreiro, espeto de pau – Em Serra Talhada, o governo da prefeita Márcia Conrado, que é cirurgiã-dentista, está sendo acionado na Justiça pelo Conselho Regional de Odontologia de Pernambuco (CRO-PE) após lançar um edital oferecendo apenas R$ 1.600 para dentista e R$ 1.500 para auxiliar de saúde bucal, valores abaixo do piso salarial da categoria. O que será que o marido da prefeita, o também odontólogo Breno Araújo, tem a dizer sobre tamanha desvalorização?
Gestão desastrosa
Falando em Márcia, pesquisa do respeitado Instituto Múltipla, em parceria com o Farol de Notícias, mostrou a verdadeira face da gestão desastrosa da petista em Serra Talhada. A aprovação está em queda livre, enquanto a rejeição sobe mês a mês. A explicação: a prefeita abandonou a cidade para fazer a campanha antecipada do marido a estadual. Quem mora lá diz que ela não dá mais as caras. Os problemas se acumulam, os secretários batem cabeça, e o povo amarga a decepção de ter reelegido uma figurante de redes sociais.
Calo no sapato
A análise do Múltipla revela o que todo mundo já sabe: a péssima gestão da sogra Lisbeth Rosa na saúde é o pior calo no sapato de Márcia. A pasta está envolvida em inúmeros escândalos e investigações. O Ministério Público abriu inquérito para apurar denúncias graves de favorecimento para a alta sociedade de Serra. A chamada “farra da bariátrica” envolve cirurgias bariátricas, estéticas e partos para pessoas ricas pagas com recursos da Secretaria de Saúde, conforme a denúncia. Se o MP agir dentro da lei e as denúncias forem comprovadas, Márcia e Lisbeth serão enquadradas por improbidade administrativa. O escândalo deverá ser usado contra a campanha de Breno Araújo, filho de Lisbeth. O porquê de Márcia manter a sogra problemática no cargo, só Deus sabe.
Disparados
O deputado Luciano Duque lidera com folga a disputa para estadual em Serra Talhada. Ele tem 46% das intenções de voto, seguido por Sebastião Oliveira com 23% e Breno Araújo com 11%. Para federal, Miguel Duque lidera com 31% das intenções de voto, seguido por Charles de Tiringa com 13%, Waldemar Oliveira com 12% e Fernando Monteiro com 10%. Se Márcia não reagir, será engolida pelos Duques. Os números são do Instituto Múltipla/Farol de Notícias.
Passando pano
É vergonhosa a atuação da Câmara de Vereadores de Serra Talhada no que diz respeito à falta de fiscalização à gestão de Márcia Conrado. A impressão que passa é que a Câmara está de cócoras para Márcia, incapaz de fiscalizar ou cobrar da gestora responsabilidade com os recursos públicos e com a gestão dos problemas que se acumulam na cidade. Enquanto Márcia corre trecho para eleger o marido, Serra Talhada está afundada em problemas e débitos. Informações reveladas recentemente pela imprensa local mostram que a prefeitura, além de ter fechado o ano de 2024 no vermelho, não vem fazendo repasses previdenciários milionários, deixou os servidores com o nome sujo por não repassar os consignados, além de outros problemas que se acumulam. Enquanto isso, na Câmara, os vereadores governistas se juntaram para impedir que a prefeita Márcia Conrado fosse convocada para prestar esclarecimentos na Casa. O estatístico Ronaldo Falabella, do Múltipla, resumiu bem: “Política rasa de Sucupira”.
Fato ou boato?
O ex-líder e defensor ferrenho da prefeita Márcia Conrado, Gin Oliveira, estaria terrivelmente arrependido de ter defendido a prefeita tão apaixonadamente e colecionado desafetos por causa dela em Serra Talhada. Hoje, sem mandato e sem prestígio, estaria sendo sufocado por ela de todas as formas.
Recado dado
“Eu tenho nome, tenho CPF, tenho telefone próprio. Não irei a reboque”. O recado é da vereadora afogadense Gal Mariano. Para bom entendedor…