Após muita polêmica, está confirmada a liberação de um curso de Medicina para a Autarquia Educacional de Serra Talhada – Aeset.
A liberação foi oficializada nesta quarta-feira (13) pelo Conselho Estadual de Educação. A previsão é de até 100 vagas a partir de 2024.
A informação foi anunciada pela prefeita Márcia Conrado. Apesar do curso ter sido liberado para a autarquia do município, será realizado em uma faculdade particular, a Faculdade de Integração do Sertão – FIS, que tem como um dos principais sócios e diretor financeiro, o coordenador da STTRANS, Célio Antunes, membro do primeiro escalão da gestão Márcia. Há informação de diversos outros nomes ligados a FIS com cargos comissionados no governo Márcia.
“Ficamos muito felizes em saber que nossa cidade abre mais uma oportunidade para população, agora com a possibilidade de cursarem medicina pela AESET. Há algum tempo estamos pleiteando a implantação deste curso e só temos a agradecer por agora sermos contempladas com esta aprovação. Serra Talhada é celeiro de profissionais talentosos e daqui a alguns anos teremos vários médicos e médicas sendo formados pela AESET, possibilitando também a ampliação de atendimento de saúde à nossa população. Ter um curso de medicina numa autarquia municipal é fruto de muito trabalho. Quando a gente faz as coisas com amor e dedicação, a recompensa vem”, afirmou Márcia Conrado no Instagram.
Evitando questionamentos, a prefeita Márcia omitiu essa informação. Recentemente, o vereador governista André Maio condenou a decisão do governo de retirar o curso da Aeset e entregar a FIS, encarecendo as mensalidades. Segundo ele, custará uma fortuna para o município e para os estudantes.
Outro detalhe é que a FIS já vinha anunciando que iria sediar o curso de Medicina da Aeset muito antes do curso ser aprovado pelo Conselho Estadual. A faculdade, inclusive, botou faixa na entrada do prédio anunciando a implantação de um núcleo avançado de Medicina da Aeset no local. Mesmo assim, o governo Márcia vinha se esforçando para esconder essa informação da opinião pública.
O governo chegou a dizer que havia tentado levar as vagas para a unidade da UPE em Serra Talhada, mas a UPE havia recusado. Procurada, a direção estadual da UPE desmentiu a informação com exclusividade ao Blog Juliana Lima. A UPE informou que sequer foi procurada pela direção da AESET para discutir o assunto.
Outra denúncia grave é que o Conselho Estadual liberou o curso para a Aeset, mas realizou a vistoria no prédio da FIS.
O Ministério Público de Pernambuco precisa investigar a legalidade da parceria entre o município e a instituição particular de ensino, coibindo passíveis favorecimentos pessoais e políticos.
A decisão do governo Márcia de levar o curso de Medicina para uma faculdade particular representa um grande enfraquecimento para a Aeset, que pertence ao poder público municipal e poderia proporcionar mensalidades mais acessíveis para a população mais simples da região.