Mães desmentem Guarda Municipal e repudiam ataques de videomaker de Márcia


Mãe de uma menina de sete anos com microcefalia, a serra-talhadense Natália Soares procurou o Blog Juliana Lima para rebater a nota divulgada pelo comando da Guarda Municipal de Serra Talhada acerca do episódio registrado no desfile cívico do aniversário da cidade, na segunda-feira, 06.

Natália disse que não procede a versão contada pela comandante Thaisa Aquino, que negou ter havido intimidação e excessos por parte da Guarda Municipal contra as mães de crianças com microcefalia que estiveram protestando no desfile contra a falta de atenção por parte do município e do governo do estado.

Segundo Natália, elas só foram forçadas a deixar a frente do palco quando começaram a erguer os cartazes em protesto. Um integrante da organização e um guarda municipal tentaram retira-las do local para evitar constrangimentos para a prefeita Márcia Conrado. Assim como  Natália, a nota foi rebatida por Daniella Campos, outra mãe de criança com microcefalia presente no protesto.

ATAQUES E PRECONCEITO

Além do constrangimento vivido na segunda-feira, as mães estão abaladas com os ataques que vêm sofrendo por parte de servidores ligados à prefeita Márcia Conrado.

Segundo Natália, um servidor do setor de Comunicação da gestão Márcia fez comentários preconceituosos e capacitistas contra os filhos delas nas redes sociais. Para o funcionário da gestão, as crianças com microcefalia não deveriam participar do desfile por ser em local externo, ao ar livre, em virtude do sol. Ele chegou a dizer que as mães deveriam ser acionadas pelo Conselho Tutelar por levar os filhos para a avenida.

Para Natália, os comentários demonstram desconhecimento e preconceito, uma vez que a criança com microcefalia não é proibida de sair ao ar livre e conviver em sociedade como qualquer outra criança. “Lá tinham várias crianças, então porque o meu filho não poderia estar no local? Será se iam chamar o Conselho Tutelar para os outros pais também? Isso é preconceito e capacitismo”, desabafou Natália.

Ela também lamenta a falta de atenção da prefeita Márcia. “A prefeita não procurou a gente pra conversar, não marcou nenhuma reunião mais uma vez. Todo o abandono que está acontecendo com nossos filhos vem do município, a falta de atenção às necessidades deles, que é obrigação municipal. Isso sim são maus-tratos”, desabafou.

REIVINDIÇAÇÕES

As mães estão cobrando que o município cumpra com suas obrigações e preste assistência às crianças com microcefalia. Segundo elas, o município não está fornecendo a quantidade necessária da fórmula enteral para alimentação das crianças, além do fornecimento precário ocorrer em datas irregulares. O município também não fornece as terapias multidisciplinares necessárias para o desenvolvimento das crianças, bem como transporte para o deslocamento das mesmas, considerando que são crianças especiais.

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