A traição imperdoável de Marília Arraes a Luciano Duque


Opinião

Após desfrutar do apoio incondicional de Luciano Duque desde 2017 em Serra Talhada, a ex-deputada Marília Arraes provou que na política não há espaço para gratidão e nem coerência. Em uma cruzada de vingança contra os deputados estaduais do Solidariedade, Marília negou legenda a Duque e entregou o partido nas mãos da principal adversária do deputado e correligionário, a prefeita Márcia Conrado (PT).

A oficialização do apoio a Márcia aconteceu neste sábado (1º) durante um ato público num clube luxuoso de Serra. Com um sorriso amarelo na cara, Marília e Márcia tentaram justificar a aliança, mas não conseguiram, uma vez que é de conhecimento público que as duas se detestam. A aliança é meramente por conveniência e interesses pessoais. Márcia está usando Marília para impedir que Duque seja candidato e lhe tome a reeleição, já Marília está se vingando do deputado por ele ter se aproximado de Raquel Lyra. Um jogo onde só Márcia ganha. Já Marília, está sendo detonada nas redes sociais.

Antes do ato público, Marília chegou a dizer numa coletiva de imprensa que não seria interessante para o Solidariedade disputar a prefeitura de Serra Talhada. Ou a ex-deputada é desprovida de inteligência, ou a sede de vingança mexeu com os seus neurônios. Serra Talhada é a segunda maior e mais importante cidade do Sertão, uma das cidades mais estratégicas do interior de Pernambuco. Qualquer partido conduzido por uma pessoa em sã consciência gostaria de governar Serra e jamais abriria mão de lançar um candidato forte para disputar as eleições. Menos o Solidariedade, que se vendeu por uma secretaria sem importância e alguns cargos pingados na gestão Márcia.

TRAIÇÃO

O apoio de Marília a Márcia é uma verdadeira traição a Luciano Duque, que esteve com ela nos braços desde 2017, quando era prefeito de Serra Talhada. Com uma gestão bem avaliada, Duque caminhou com Marília por todo o interior de Pernambuco e lutou bravamente para que ela tivesse o direito de disputar o governo do estado nas eleições de 2018, pelo PT. Ele esteve com ela na eleição de 2020, quando ela disputou a Prefeitura do Recife. E esteve com ela na eleição de 2022, para governadora. Inclusive, ele saiu do PT a pedido dela e se filiou ao Solidariedade. Enquanto isso, Márcia a escorraçou de Serra Talhada, proibiu que o nome dela fosse citado dentro do governo e ainda apoiou Danilo Cabral e Raquel Lyra. Uma decisão inexplicável da ex-deputada, que está traindo todos os correligionários e se juntado aos inimigos políticos.

INGRATIDÃO E VINGANÇA

A cruzada de vingança de Marília contra os deputados do Solidariedade é tão nítida que ela optou por engolir as humilhações que vinha sofrendo do grupo de Márcia desde o começo de 2022 em Serra Talhada somente para se vingar de Duque. A prefeita não somente lhe negou apoio nos dois turnos da eleição para governadora, como deixou os aliados disseminarem uma campanha de ataques, fake news e achincalhamento público contra ela. Até funcionário da comunicação oficial da prefeita foi condenado por fake news contra Marília. O nome dela, inclusive, era proibido dentro da gestão da prefeita, mesmo ela tendo destinado uma carrada de emendas parlamentares para o município.

A própria prefeita a humilhou inúmeras vezes ao dizer que não acreditava no projeto dela, porque Serra Talhada e Pernambuco precisavam de mulheres, mas não de “qualquer mulher”. Os próprios governistas espalharam que Márcia botou Marília para correr da casa dela a pontapés. Eles também vaiaram a ex-deputada no dia da eleição, quando ela esteve em Serra para acompanhar o voto de Sebastião Oliveira na AESET. Na ocasião, Marília estava grávida da terceira filha, mas nem isso aliviou a fúria dos marcistas contra ela, num episódio grotesco que entrou para a história de Serra.

OPORTUNISMO

Mas Duque não é a única vítima. Segundo o deputado Gustavo Gouveia, Marília vem perseguindo toda a bancada do Solidariedade na Alepe. Ela também virou as costas para os aliados que caminharam com ela na eleição de 2022. Na ânsia de conseguir um lugar ao sol na atual conjuntura estadual, onde o prefeito João Campos já se projeta como a maior liderança de centro-esquerda, Marília está passando por cima de todos que a ajudaram e se alinhando aos algozes para ser indicada ao Senado. Ela até já engoliu os ataques pesados que vinha fazendo ao PSB nos últimos anos. Mas ela não está fazendo isso por convicção, sim por sobrevivência. Ela sabe que se não cavar uma vaga para o Senado na chapa de João, estará acabada a partir de 2026. Não será candidata a nada e se afundará na obscuridade da história como uma personagem sem expressividade, envergonhando o legado de Miguel Arraes.

DESAGREGADORA

O jogo baixo de Marília contra Duque serve para estampar o perfil desagregador e perseguidor já atribuído a ela por ex-aliados. Quando passou por PSB e PT saiu pela porta dos fundos. Nunca teve a confiança dos dois partidos, mesmo quando liderava as intenções de voto, como aconteceu em 2018. Da mesma forma que não tem a confiança de Lula para ocupar nenhum cargo por menor que seja no governo federal. “Ela é desagregadora, enquanto a gente lutava para tentar defendê-la, ela criava confusão dentro do partido, e terminou sem o apoio de ninguém”, disse uma liderança do PT ligada à FETAPE.

Foto: Licca Lima/Farol de Notícias 

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