Sindicato diz que governo não apresentou propostas para as pautas da educação em Afogados
O SINDUPROM-PE divulgou nesta sexta-feira (21) uma nota criticando a reunião realizada com a Prefeitura de Afogados da Ingazeira, considerada frustrante pela falta de propostas concretas e pela ausência de avanços na pauta que envolve professores da Educação Infantil e dos Anos Iniciais.
Segundo o sindicato, a gestão passou anos sem responder ofícios, sem diálogo e sem qualquer audiência para tratar das demandas da categoria. Mesmo assim, na reunião, a prefeitura não apresentou estudo de impacto financeiro, cálculos ou simulações sobre a regularização da hora-aula, apesar de reconhecer a defasagem.
O SINDUPROM-PE também alertou para a possibilidade levantada pela gestão de retirar recursos da Educação por meio de suplementação orçamentária, o que classificou como um ataque grave à educação pública e ao Fundeb.
A reunião acabou se limitando a dois pontos, ambos sem avanço: a hora-aula e a discussão sobre a suplementação. A gestão informou que só apresentará algo concreto após reunião com o contador, prometendo nova rodada de diálogo nos próximos dias.
A coordenadora geral do SINDUPROM-PE, Dinalva Lima Pereira Vieira de Mello, afirmou que o sindicato seguirá mobilizado, não aceitará retirada de recursos da educação e continuará cobrando valorização e respeito aos profissionais do magistério.

SINDUPROM-PE – NOTA PARA O BLOG
Anos de luta, silenciamento da gestão e nenhuma proposta concreta: o que realmente aconteceu na reunião com o prefeito de Afogados da Ingazeira
O SINDUPROM-PE esteve reunido com o prefeito de Afogados da Ingazeira após anos de tentativas frustradas de diálogo, inúmeros ofícios protocolados sem nenhuma resposta e uma pauta que se arrasta há mais de dois anos sem qualquer avanço real. A reunião era aguardada pela categoria como uma oportunidade de finalmente destravar problemas graves que atingem diretamente os professores da Educação Infantil e dos Anos Iniciais.
Apesar disso, a gestão chegou sem apresentar absolutamente nada de concreto.
1. Anos de luta ignorados pela gestão
O sindicato vem há muito tempo solicitando diálogo, enviando documentos, apresentando cálculos e cobrando respostas.
Ao longo de vários anos:
nenhum ofício foi respondido;
o prefeito sempre se esquivou das demandas;
nenhuma audiência foi concedida para tratar da pauta da educação.
Somente agora, diante da pressão e da mobilização da categoria, o gestor assumiu um compromisso verbal de que, a partir de agora, responderá aos ofícios do sindicato.
Mas ainda não sabemos se isso se cumprirá, já que esse compromisso vem após um longo histórico de silêncio e omissão.
2. Gestão chegou sem proposta e sem estudo de impacto financeiro
Mesmo após anos de cobrança, a gestão não levou nenhuma proposta pronta, especialmente sobre o ponto mais aguardado pela categoria:
a regularização da hora-aula dos professores da Educação Infantil e dos Anos Iniciais, cuja defasagem é reconhecida inclusive pela própria prefeitura.
A correção da hora-aula deveria vir acompanhada do estudo de impacto financeiro, mas:
nenhum dado foi apresentado;
nenhum cálculo foi mostrado;
nenhuma simulação foi discutida;
a gestão ainda disse que iria procurar o contador para fazer algo que já deveria estar pronto há muito tempo.
Ou seja: anos de espera e a gestão não tinha nada preparado.
3. Tentativa de suplementação retirando recursos da Educação: um ataque grave
A gestão ainda levantou a possibilidade de enviar à Câmara uma suplementação orçamentária retirando recursos da Educação, para resolver problemas administrativos criados pelo próprio governo.
Se essa medida for adiante:
👉 representa um ataque direto à educação pública, porque desvia dinheiro que deveria estar garantindo valorização profissional, piso, carreira e qualidade nas escolas.
O SINDUPROM-PE deixa claro que é totalmente contrário a qualquer tentativa de tirar dinheiro da Educação para cobrir falhas administrativas.
Essa prática compromete o Fundeb, enfraquece o sistema educacional e prejudica toda a comunidade escolar.
4. Dois únicos pontos discutidos — e sem avanço
A reunião, que deveria atender a uma pauta acumulada por anos, acabou reduzida a apenas dois pontos — ambos sem avanço:
a) Regularização da hora-aula
A gestão reconhece a defasagem, mas não apresentou a solução e ainda dependerá do contador para fazer um cálculo que já deveria estar pronto há muito tempo.
b) Debate sobre suplementação
A prefeitura tenta viabilizar mecanismos junto à AMUPE para justificar a retirada de recursos da Educação, alegando dificuldades geradas por uma alíquota que, no caso de Afogados da Ingazeira, chegava a mais de 57% da folha — valor totalmente insustentável e que nunca poderia ter recaído sobre os professores.
Nada além disso foi discutido.
Diversos itens importantes da pauta ficaram de fora por falta de tempo e pelo volume acumulado de dois anos sem diálogo real.
5. O compromisso de nova reunião — mas ainda sem garantias
O prefeito afirmou que:
conversará com o contador até quarta-feira;
apresentará algo concreto na próxima reunião, marcada para sexta-feira ou, no mais tardar, segunda-feira.
O sindicato aguarda, mas mantém a postura de vigilância.
6. A posição do SINDUPROM-PE
O sindicato reafirma:
não aceitará nenhum ataque à educação pública;
não permitirá retirada de recursos do Fundeb para cobrir falhas administrativas da gestão;
não abrirá mão da regularização da hora-aula, com estudos reais e impacto financeiro;
continuará firme, mobilizado e combativo.
Afogados da Ingazeira precisa de gestão responsável, diálogo verdadeiro e valorização do magistério.
E esse compromisso passa, obrigatoriamente, por respeito aos profissionais da Educação — e isso o SINDUPROM-PE continuará exigindo.
Dinalva Lima Pereira Vieira de Mello- Coordenadora Geral do SINDUPROM-PE








