PT de Flores acusa grupo de Marconi Santana de manobra para tomar o comando do partido

A presidenta municipal do PT de Flores, Camila Brito, divulgou uma nota de repúdio contra o grupo governista liderado pelo ex-prefeito Marconi Santana. Camila acusa o grupo governista de montar uma manobra para tentar manipular as próximas eleições do PT e tomar a direção do partido no município.
De acordo com a nota, nomes governistas estariam coagindo beneficiários de programas sociais a se filiarem ao PT de Flores para votarem nas próximas eleições na candidata ligada ao governo, Verlene Nogueira, que é secretária Adjunta de Ação Governamental (foto ao lado).
A polêmica surgiu após o vazamento de um áudio onde Verlene Nogueira diz que a cidade estaria sem receber recursos federais pelo fato do PT está nas mãos de um adversário do prefeito Giba. Verlene é filiada ao PT de Serra Talhada, mas pretende disputar o comando do diretório de Flores, conforme publicou na última semana o Blog do Silvinho.
Camila Brito informa que está tomando medidas legais acerca do caso. Confira a nota na íntegra:
NOTA DE REPÚDIO E ESCLARECIMENTO
Eu, Camila Brito, atual presidente do PT de Flores/PE, diante dos últimos acontecimentos envolvendo uma tentativa inescrupulosa de manipulação política em nosso município, venho a público manifestar meu mais veemente repúdio. Não apenas por mim, mas, sobretudo, pela população, que é a real prejudicada por esse tipo de manobra ardilosa e enganosa.
A tentativa de iludir e coagir os cidadãos a se filiarem a uma determinada sigla partidária, por meio de mentiras e distorções, evidencia um jogo político raso, movido exclusivamente por interesses próprios, sem qualquer compromisso com a verdade ou com o bem-estar da população.
Este episódio é apenas um reflexo da prática recorrente desse grupo político, que opera nas sombras, com manobras obscuras e sem transparência. E é justamente por isso que jamais farei parte dessa estrutura, pois tenho princípios, caráter e, acima de tudo, respeito pelo povo de Flores.
Tomei conhecimento desse áudio há algum tempo, mas optei por ignorá-lo para não dar visibilidade a algo tão desprezível. No entanto, diante da repercussão que o caso tomou, sinto-me no dever de esclarecer os fatos, até porque muitas pessoas me procuraram buscando explicações. Sendo assim, é imprescindível apontar e corrigir os diversos equívocos apresentados nesse áudio:
Tentativa orquestrada de tomada da sigla: Fica evidente que o grupo do atual prefeito busca, de maneira premeditada, se apropriar do partido no município. Como é de conhecimento público, fazemos oposição histórica a esse grupo, e fica claro que seu interesse não é pelo bem da cidade ou da população, mas sim pela conveniência política. Ressalte-se que essa tentativa de controle partidário não é recente, sendo uma prática reiterada desse grupo.
Disseminação de mentiras sobre recursos públicos: No áudio, há a falsa alegação de que Flores estaria deixando de receber recursos porque o partido não estaria sendo “movimentado” e porque a presidência do partido não está alinhada ao prefeito. Essa afirmação não apenas é absurda, como também desonesta.
A movimentação interna de um partido político não tem absolutamente nenhuma relação com a destinação de recursos federais ao município. Tal narrativa foi construída unicamente para enganar e coagir os cidadãos.
Uso indevido de políticas públicas para fins eleitoreiros: O fato de citar programas como o Bolsa Família nesse contexto, além de moralmente repugnante, configura crime. Vincular a filiação partidária à obtenção ou manutenção de benefícios sociais é uma prática inaceitável e ilegal, demonstrando a total falta de escrúpulos dessa articulação.
Candidatura fictícia à presidência do partido: A pessoa que se apresenta como candidata à presidência do PT de Flores sequer é filiada ao partido no município, por ora, estando registrada no PT de Serra Talhada. Como, então, alguém que não faz parte da sigla local pode se colocar como liderança do partido em Flores?
Citação ao ex-prefeito e a perpetuação de práticas antidemocráticas: A menção ao ex-prefeito e verdadeiro líder da situação do governo municipal torna ainda mais evidente que essa movimentação não passa de um jogo de interesses do grupo, que busca, como sempre, manipular o cenário político local em benefício próprio. Utilizar discursos como moeda de troca e coagir a população para tentar controlar o destino político do município é uma afronta à democracia e à liberdade de escolha dos cidadãos.
Reitero que, por não compactuar com tais atitudes mesquinhas — para dizer o mínimo, pois há, inclusive, indícios de crimes nessa situação —, jamais farei parte desse grupo, independentemente da sigla que eventualmente utilizem como fachada para seus interesses obscuros, ou da sigla em que eu esteja filiada.
Diante da gravidade do ocorrido, asseguro que todas as medidas cabíveis já estão sendo tomadas. Não compactuarei com esse tipo de prática e seguirei firme na defesa da democracia, da verdade, da transparência e do respeito à população de Flores.
Camila Brito
Presidenta do PT de Flores