Em áudio vazado, secretária adjunta de Marconi revela estratégia para vencer eleição do PT em Flores  


Publicado às 12h24

Áudio vazado na internet mostra a secretária adjunta de Ação Governamental do município de Flores, Verlene Nogueira, relatando detalhes da estratégia montada pelo grupo governista para assumir o comando do Partido dos Trabalhadores na cidade sertaneja. O áudio é do mês de fevereiro, mas só veio a tona nos últimos dias.

Residente em Serra Talhada, Verlene Nogueira é filiada ao PT da Capital do Xaxado, onde é aliada da prefeita Márcia Conrado, mas recentemente foi nomeada adjunta da Secretaria de Ação Governamental em Flores, pasta que tem como titular o ex-prefeito Marconi Santana, atualmente pré-candidato a deputado estadual.

No áudio vazado, Verlene diz que vai disputar a presidência do PT de Flores e teria recebido do prefeito Gilberto Ribeiro a missão de correr atrás do máximo possível de novos filiados para o partido, garantindo a vitória da chapa aliada ao governo na eleição do diretório do PT agendada para 6 de julho.

“Eu me chamo Verlene, e aí a convite do prefeito [Giba] para que eu corresse atrás da gente filiar o quanto mais pessoas melhor, porque o município está até sem receber recursos, porque o partido hoje do PT de Flores está nas mãos de uma pessoa que não movimenta o partido e também que não é do lado do prefeito, então a gente precisa fortalecer esse partido e fortalecer o município”, disse.

Até esse ponto não há nada de irregularidade em querer disputar a presidência do partido e correr atrás de novos filiados para derrotar a atual presidência, o problema é o modus operandi revelado pela própria Verlene para conquistar novos filiados e vencer as eleições.  Ela revela que a estratégia é filiar um grande número de pessoas da cidade e zona rural, a exemplo de aposentados e beneficiários de programas sociais, como o Bolsa Família, sob a alegação de que o município de Flores estaria deixando de receber recursos [possivelmente do governo Lula] pelo fato do PT local estar nas mãos da oposição e não do grupo governista.

Diz ainda que é importante que essas pessoas assinem a ficha de filiação, a qual ela chama intencionalmente de “cadastro”, e compareçam para votar no dia da eleição do partido, para que os nomes delas apareçam sempre ativos nos ‘cadastros’ e elas não fiquem prejudicadas. “Pra quem tem Bolsa Família, pra quem é aposentado, pra qualquer pessoa que ‘teja’ tanto na área rural ou então urbana, é de grande importância participar de uma eleição como essa, porque quando se vão olhar o cadastro vê que a pessoa ativa, que ela sempre está na ativa do município, participando de votação, então pra qualquer coisa que você vá fazer é muito bom você participar desse tipo de votação”.

“Eu Verlene tô com o cargo para ser a presidente do partido do PT em Flores e a gente, tanto eu como Marcones [Marconi Santana], a gente quer levantar esse partido. Então eu tô me candidatando a presidente do partido, mas a gente precisa do apoio das pessoas para que possam fazer o seu cadastro, porque só pode votar quem faz o cadastro”.

As declarações feitas pela secretária adjunta são graves e precisam ser investigadas urgentemente pelos órgãos responsáveis. O diretório do partido já se manifestou informando que as providências cabíveis estão sendo tomadas, conforme nota publicada pela presidenta Camila Brito. [Leia aqui]

O OUTRO LADO

O Blog Juliana Lima entrou em contato com Verlene Nogueira através do WhatsApp. Ela visualizou a mensagem, mas até a publicação desta matéria não deu retorno.

O blog também entrou em contato com o presidente estadual do PT, Doriel Barros, para analisar a situação. Até o momento ele não deu retorno.

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