Com a caneta na mão, Márcia ignora diálogo dentro do PT em Serra Talhada


Opinião

Reeleita pelo Partido dos Trabalhadores nas últimas eleições, a prefeita Márcia Conrado segue com a mesma postura adotada no primeiro mandato, quando se negou a dialogar com o diretório municipal do partido em Serra Talhada, dirigindo-se apenas aos manda chuva do PT estadual com quem mantém bom trânsito para abonar suas decisões.

E neste segundo mandato ela não age diferente. Há poucos dias promoveu uma reunião no gabinete  para distribuição de cargos entre os petistas aliados sem dialogar com o diretório municipal. Na foto da reunião constam os vereadores Manoel Enfermeiro, Antônio da Melancia, Rosimério de Cuca e Giliard Mendes, o ex-vereador Sinésio Rodrigues, o ex-vice-prefeito Márcio Oliveira, o advogado Antônio Filho e o ex-presidente do Sintest, Júnior Moraes.

Na reunião, a prefeita confirmou Sinésio Rodrigues no Meio Ambiente, Márcio Oliveira na Assistência Social, Fabinho do Sindicato na Agricultura e Antônio da Melancia na chefia de gabinete. Com exceção de Fabinho do Sindicato que tem uma relação próxima com as famílias rurais, nenhum dos outros nomes tem afinidade com usas respectivas áreas, sendo indicados meramente por questões políticas. E até mesmo Fabinho, que tem bases rurais, teve um desempenho considerado negativo como secretário na gestão anterior.

O curioso é que a presidenta do PT local, Cleonice Maria, disse que soube da reunião e da distribuição de cargos para o partido pelas redes sociais. “Eu acho importante, claro, que o partido tenha mais espaço dentro da gestão, afinal é uma gestão petista, claro que é muito importante. O que sinto falta é de diálogo com o partido, eu vi nas redes sociais uma reunião que foi feita pela prefeita com os vereadores e secretários, não fez reunião com o partido. Vou continuar defendendo que a gestão municipal tem que dialogar com o seu partido e não é em nível estadual nem nacional, é em nível local”, disse Cleonice.

Cleonice lamentou que a prefeita permaneça ignorando as pautas históricas do partido em Serra, uma vez que as decisões são tomadas sem ouvir o partido, visando apenas o jogo político. “Acho que nessa parte ela falha, para ouvir do partido inclusive sugestão de nomes em relação às pastas, porque nós temos bandeiras importantes e históricas que o partido defende em nível nacional e constam inclusive no estatuto do PT”, sugeriu.

Uma das críticas de Cleonice foi direcionada ao fato da prefeita petista ignorar que o movimento de defesa das mulheres e da cultura faz parte das prioridades do PT nacional, mantendo as duas pastas distantes do PT em Serra. “Nós temos por exemplo a política de mulheres que é um bandeira de lutas do Partido dos Trabalhadores, todo mundo sabe disso em nível nacional, então a Secretaria da Mulher seria muito mais importante para que estivesse nas mãos do PT do que outras secretarias. Temos a bandeira da cultura, que também é um bandeira histórica do PT, Meio Ambiente e Agricultura ela acertou. Mas essas falhas acontecem justamente por falta de diálogo, no dia que a companheira Márcia Conrado entender e aceitar o PT local como espaço de discussão para ela no partido, acredito que ela vai avançar mais”, concluiu.

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