Prisão de Bolsonaro sinaliza para candidatura de Tarcísio


Por Magno Martins – A prisão do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) tende a clarear o cenário para as eleições presidenciais de 2026, pelo menos no campo da direita. Seu desfecho ocorreu sem que tenha se desenhado o nome que estará na disputa usando o seu legado, com apoio dos partidos de oposição a Lula e também dos filhos e herdeiros políticos do pai, agora presidiário.

A novela em busca de quem vai se apresentar no lugar de Bolsonaro se arrasta desde meados de 2023, quando o ex-pre­sidente foi considerado inelegível pelo Tribunal Superior Eleitoral. O fim do julgamento por tentativa de golpe, que não só elevou a inelegibilidade do ex-presidente para até 2060, como o condenou a 27 anos de prisão em regime inicialmente fechado, deve apressar as conversas sobre quem, afinal, representará a oposição, em especial o eleitorado bolsonarista, no duelo contra o presidente Luiz Inácio Lula da Silva em 2026.

Favorito desde sempre, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), consolidou sua posição nos últimos dias como o único presidenciável capaz de angariar o apoio do clã Bolsonaro por ser o mais próximo ao ex-presidente — e obter ainda o amplo eleitorado de centro-direita que deseja se livrar do lulismo, mas não comunga totalmente com a cartilha bolsonarista.

A delicada situação judicial do ex-­presidente mobilizou líderes do Centrão e da direita em busca de uma definição sobre quem vai liderar a oposição. Embora continue negando oficialmente que disputará a Presidência da República — cada vez com menos ênfase — Tarcísio vem conversando nas últimas semanas sobre a entrada na corrida presidencial com importantes caciques nacionais, como o senador Ciro Nogueira, presidente nacional do PP; o ex-prefeito de Salvador ACM Neto, do União Brasil; e o governador de Minas Gerais, Romeu Zema, além do presidente nacional do PSD e secretário de seu governo, Gilberto Kassab.

Também apoiam cada vez mais nos bastidores o seu nome para o Planalto os caciques Valdemar Costa Neto (PL), Baleia Rossi (MDB) e Marcos Pereira (Republicanos) Republicanos). A meta é construir um grande bloco de centro-direita com PL, União Brasil, PP, Republicanos, MDB e PSD e esquecer a ideia de candidaturas pulverizadas no primeiro turno — tese antes defendida por alguns nomes desse campo político, como o governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União Brasil).

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