Conselho de Enfermagem emite nota de repúdio contra Manoel Enfermeiro


O Conselho Regional de Enfermagem de Pernambuco (Coren-PE) emitiu nota de repúdio contra as declarações do presidente da Câmara de Serra Talhada, Manoel Enfermeiro (PT), direcionadas à nova diretora do Hospital Regional Professor Agamenon Magalhães (Hospam), a enfermeira Ákila Monike.

Informado com a decisão da governadora Raquel Lyra de retirar o comando do Hospam das mãos do grupo da prefeita Márcia Conrado e passar para o grupo do deputado estadual Luciano Duque, Manoel Enfermeiro insinuou que a nova diretora não teria capacidade para administrar o hospital por não ser médica.

“Falar do hospital eu tenho propriedade em falar, enquanto botar enfermeira pra ser diretora não resolve vida não, de nada”, disse Maneol, chamando ainda Ákila Monike de “essa menina”. “A gente tem que pedir a Deus que essa menina faça uma boa administração, não tenho nada contra ela, mas médico só quem resolve a vida do povo de Serra Talhada”.

As declarações geraram uma onda de revolta da classe da enfermagem contra Manoel Enfermeiro, que apesar do nome, não é enfermeiro de formação. Manoel é técnico em radiologia.

Nota Oficial à Imprensa e à Sociedade – Coren-PE

O Conselho Regional de Enfermagem de Pernambuco (Coren-PE) manifesta seu mais veemente repúdio às declarações do presidente da Câmara Municipal de Serra Talhada, o vereador Manoel “Enfermeiro”, proferidas em sessão ordinária no dia 5 de agosto.

Na ocasião, o parlamentar desqualificou a gestão do Hospital Regional Professor Agamenon Magalhães (HOSPAM) quando conduzida por profissionais de Enfermagem e se referiu de forma desrespeitosa à nova diretora, enfermeira Draª Ákila Monike, profissional com sólida formação acadêmica e especializações em gestão de saúde, ergonomia psicossocial e auditoria de serviços.

Ao chamá-la de “essa menina” e afirmar que “médico só quem resolve a vida do povo de Serra Talhada”, o vereador reproduziu falas preconceituosas, discriminatórias e carregadas de misoginia, negando a competência e a legitimidade da Enfermagem para exercer funções de direção.

Tais declarações afrontam os princípios do respeito institucional, da multiprofissionalidade e da ciência baseada em evidências, além de propagar desinformação sobre o funcionamento do Sistema Único de Saúde (SUS). A gestão de serviços de saúde é uma atividade complexa e multiprofissional, e a Enfermagem, conforme assegura a Resolução COFEN nº 564/2017: “possui direito de exercer cargos de direção, gestão e coordenação, no âmbito da saúde ou de qualquer área direta ou indiretamente relacionada ao exercício profissional da Enfermagem.”

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