Serra Talhada apresenta atendimento precário a pacientes com autismo, aponta TCE


Diagnóstico é do Levantamento de Dados da Prestação de Serviços à Pessoa Autista no Estado de Pernambuco. Nenhuma cidade do Pajeú apresentou nível positivo no atendimento ao TEA. 

Levantamento do Tribunal de Contas de Pernambuco mostra a situação do atendimento a pessoas com Transtorno do Espectro Autista (TEA) nos municípios pernambucanos. O Blog Juliana Lima fez o levantamento do quadro nas 17 cidades do Sertão do Pajeú.

De acordo com o TCE, a maioria dos municípios ainda estão na fase inicial para o estabelecimento de uma política pública voltada ao tema, sendo um dos motivos a falta de dados sobre a quantidade de pacientes com o transtorno em cada localidade, e de ações eficazes para o diagnóstico e tratamento.  Outro problema observado é a ausência, ou insuficiência, de médico especialista e de uma equipe multidisciplinar mínima para realizar as terapias necessárias ao desenvolvimento da pessoa autista.

Os dados enviados pelas prefeituras foram comparados a indicadores elaborados pela equipe de auditoria do TCE. As cidades foram enquadradas em seis níveis de infraestrutura: “Alto”, “Muito Alto”, “Moderado” (2), “Baixo” (27), “Muito Baixo” (95) e “Crítico” (58). Nenhuma delas chegou aos níveis “Alto” ou “Muito Alto”.

No Pajeú, três cidades estão com Nível Crítico (Santa Cruz da Baixa Verde, Flores, Tabira e Ingazeira), dez com  Nível Muito Baixo (Serra Talhada, Triunfo, Calumbi, Quixaba, Afogados da Ingazeira, Solidão, Santa Terezinha, Iguaracy, São José do Egito e Tuparetama) e três com Nível Baixo (Carnaíba, Brejinho e Itapetim).

Em Serra Talhada, o estudo mostra que o município não realizou treinamento para rastreio de indícios de autismo nas crianças de 0 a 30 meses; não há profissionais aptos a fechar diagnóstico de TEA, entretanto o município encaminha a algum local e disponibiliza veículo para o deslocamento; não há Projeto Terapêutico Singular (PTS); não foi realizada, nos últimos 3 anos, nenhuma capacitação custeada pelo município para os profissionais relacionada a TEA e nem treinamento parental; e o município não emite a Carteira de Identificação da Pessoa com Transtorno do Espectro Autista (CIPTEA).

QUADRO NO ESTADO

Os dados da pesquisa apontaram que 37% das 184 cidades pernambucanas (68 municípios) não possuem ao menos um profissional de saúde apto ao diagnóstico do transtorno, em sua rede de atendimento pública. O mesmo vale para terapeutas ocupacionais, onde somente 39 municípios contam com ao menos um em seu quadro de profissionais de saúde. Em relação à capacitação, dos 846 profissionais que atendem usuários com TEA em Pernambuco, apenas 10% (82) possuem formação para essa finalidade.

Ainda, segundo o levantamento, 159 municípios (86%) informaram não ter realizado qualquer capacitação relacionada ao TEA aos seus profissionais, nos últimos três anos. A fila de espera para consulta com esses especialistas, hoje, é de cerca de 10 mil pessoas com indícios do transtorno, em 102 dos municípios do Estado.

Além disso, apenas 36,8% das localidades avaliadas realizam o atendimento em unidades de saúde especializadas e 30% (55) em unidades básicas de saúde (UBS), enquanto somente seis fazem atendimento em unidades exclusivas para pessoas autistas.

Veja aqui o quadro geral com os resultados.

Acesse aqui a íntegra do relatório sobre o TEA.

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